
Quando vimos as nossas alpacas pela primeira vez, a marcha, a postura, o porte… pareciam animais reais, nobres. Fez sentido, afinal de contas, elas nasceram em terras de Sua Majestade. Aqui dizemos que nós, humanos, temos a função de servir a Família Real.
O PROJETO
O Projeto Royal’Pacas serve para mostrar tudo o que as Alpacas nos podem oferecer. Podíamos estar o dia todo a olhar para elas, observá-las a pastar, a comunicar, a brincar ou até a comer. São animais muito fáceis de serem contemplados. Mas não é só isso, existe algo literalmente mais palpável, a lã (para sermos mais corretos, a fibra) é das melhores que existe; forte mas suave, impermeável e hipoalergénica, a fibra de alpaca conquistou-nos logo que conseguimos pôr as nossas mãos em cima. Quem não gostava de ter um cachecol de alpaca? Ou um gorro? Bem… ainda não chegamos a esse ponto, pelo menos para já.
Mas a lã é apenas um dos atributos que adoramos nestes animais. Eles são curiosos, amáveis mas também desconfiados. A sua dinâmica dentro da manada é algo complexa e demora a entender, para dificultar, qualquer mudança na manada pode ter um impacto tal que muda a dinâmica completamente. São absolutamente fascinantes!
Cuidar delas, habituá-las a nós, tratar da sua fibra e fazer novos produtos com ela. Tudo (mas mesmo tudo!) vai ser um desafio tremendo. No entanto, queremos muito dar a conhecer o que temos vivido e aprendido.
A melhor maneira de o fazer é literalmente abrirmos as portas de nossa casa e virem visitar-nos. Ao virem visitar as RoyAlpacas, estarão a entrar numa Quinta, num Lar em construção, que está sempre em desenvolvimentos. Algo construído em família com muito trabalho mas também com muitos erros à mistura. Em contrapartida, garantimos um tratamento familiar, descontraído e divertido, com muita aprendizagem à mistura.

OS SERVOS

Patrícia e Francisco Sá
A NOSSA HISTÒRIA
Uma Família que não pára de crescer!

Como começou
Começámos por ser quatro. Éramos quatro que não podíamos ser mais urbanos na verdade… A Patrícia nasceu em Castelo Branco mas passou toda a vida adulta em Lisboa. O Francisco, nasceu no Porto e desde a adolescência que viveu entre Cascais e Lisboa. Quando se conheceram, a Patrícia já tinha duas cadelas, a Maia e a Pulga, As duas cadelas sempre foram bem preguiçosas, meigas, mimadas e sempre habituadas à vida citadina.
Ah! E ambos são Engenheiros do Técnico. Ela é Engenheira Aeroespacial (sim… wow!) ele é Engenheiro do Ambiente com uma pós-graduação em engenharia do petróleo (tudo a ver…).

A mudança
O destino decidiu juntar-nos. O amor foi rápido e intenso. Os planos e os sonhos tornaram-se cada vez maiores e difíceis de ignorar.
Passado pouco tempo fomos ver uma propriedade próxima do Montijo. Quando vimos a casa pela primeira vez, sentimos algo indescritível. Imaginámos logo a nossa vida, o nosso crescimento naquele sítio. Essa visão foi de tal maneira forte que passámos por um longo processo burocrático e decidimos então deixar a cidade, algo que nós conhecíamos bem e claramente era a nossa zona de conforto, e mudámos-nos sem grande demora para o desconhecido, para a aventura, para o campo. Conseguimos um terreno maior do que nós podíamos imaginar mas que a cada dia que passa parece-nos mais pequeno.

Aumento de número
Nem tudo foi fácil. Desde fazer contas à nossa carteira, obras, pragas de insectos, trânsito e outros tantos desafios que chegávamos ao final do dia cansados (ou seja, arrasados). No entanto, todos estes desafios fizeram parte de um crescimento inimaginável. Estamos mais fortes e mais próximos que nunca e estamos bem cientes que mais desafios virão. Mas não crescemos só em experiência, também crescemos em número!
A Clara veio revolucionar o nosso Mundo! O nosso cansaço aumentou (e de que forma!) mas também a felicidade e os sonhos. Mesmo com um bebé, continuámos, ainda com mais afinco, as melhorias na casa, na quinta e claro, na nossa vida.

Ups… Mais um!
Agora tudo se tornava mais importante. Já estávamos a falar de um estilo de vida, de uma educação e não apenas de um plano, de uma visão. A nossa vida tinha mudado e ia continuar a mudar muito mais.
Mas acham mesmo que nos ficámos por aqui? Claro que não, até porque vocês já sabem que vem mais!
O pequeno grande Álvaro veio ao Mundo cheio de energia e pronto para causar muitas gargalhadas. No entanto, esta energia também lhe dava para o disparate. Cães cheios de paciência para aguentarem os “jogos sem fronteiras” que ele adorava jogar, os Pais todos atletas a correrem atrás dele. A juntar a isto, ainda tínhamos a Clara, com 1 ano, para tratar e cuidar obviamente.
Mais uma vez, com a família a aumentar, aumentava também tanto o trabalho como a responsabilidade. Apesar dos trambolhões, dentes partidos, gritos e choros, não trocávamos estes momentos por nada!

Criar algo de positivo em tempos difíceis
Para nos trocar as voltas, quando nos começávamos a habituar ao novo estilo de vida, surge uma pandemia, um vírus chamado Covid-19 (não sei se ouviram falar).
Apesar de termos ar livre, espaço e muito que fazer, após os primeiros meses de confinamento começámos a sentir o desgaste da situação. O facto de estarmos isolados sem a possibilidade de estarmos com a nossa família e com os nossos amigos estava a afetar-nos muito.
Mesmo rodeados de incerteza e insegurança, tentámos criar algo de positivo durante um ano que se adivinhava ser difícil. Mas como? O que podíamos fazer, numa época de incerteza, confinamento e preocupação, que ia fazer com que tudo melhorasse?
Foi então que decidimos jogar uma carta que já tínhamos na manga à espera de ser lançada há algum tempo:
As Alpacas!

Porquê alpacas?
A ideia das alpacas entrou muito cedo na cabeça da Patrícia. Leu um artigo de duas senhoras que passaram a dedicar o seu tempo à criação de alpacas e a usar todos os seus atributos. Ela ficou encantada! E como não? Juntando a fibra (ou seja, a lã) magnífica com a sua personalidade curiosa, rapidamente se percebe como é que uma pessoa sonhava em viver rodeada de alpacas.
A pandemia dava aquilo que nos fazia mais falta: tempo em casa. Com esse tempo seria mais fácil irmos observando os animais e aprender sobre uma espécie que até aí era absolutamente exótica para nós.
Começámos a investigar, tivemos a sorte de encontrar pessoas fantásticas que facilitaram o processo, passámos pela enorme burocracia (outra vez…) e no final do ano de 2020 cá estavam! Parecia irreal…

“Final” Feliz
Desde então tem sido viver o sonho. Claro que dá trabalho, este estilo de vida traz-nos imensas preocupações que até então não tínhamos noção.
Mas também existe o outro lado, a qualidade de vida que só a natureza pode dar. A aprendizagem que só os animais nos ensinam e um estilo de vida que é nosso, que nós escolhemos para o nosso futuro.
Desde então já temos mais uma cadela e bodes anões! Para quem se imaginava num apartamento em Lisboa deitados no sofá com os seus Golden Retrievers, isto é sem dúvida uma volta a 180º.
Agora é disfrutar, trabalhar e talvez, quem sabe (provavelmente) adquirir novos animais, novas espécies. Mas também chegámos à conclusão que é importante partilhar toda esta aprendizagem que tão bem nos fez nos últimos anos.
Resumindo, somos uma família que não pára de crescer. E uma coisa é certa, vamos continuar a crescer, uns com os outros!